sexta-feira, 13 de abril de 2018

O Medo Do Homem Sábio

Titulo original: The Wise Man's Fear
Autor: Patrick Rothfuss
Editora: 1001 Mundos

Sinopse:Agora em O Medo do Homem Sábio, Dia Dois das Crónicas do Regicida, uma rivalidade crescente com um membro da nobreza força Kvothe a deixar a Universidade e a procurar a fortuna longe. À deriva, sem um tostão e sozinho, viaja para Vintas, onde, rapidamente, se vê enredado nas intrigas políticas da corte. Enquanto tenta cair nas boas graças de um poderoso Nobre, Kvothe descobre uma tentativa de assassínio, entra em confronto com um Arcanista rival e lidera um grupo de mercenários, nas terras selvagens, para tentar descobrir quem ou o quê está a eliminar os viajantes na estrada do Rei.
Ao mesmo tempo, Kvothe procura respostas, na tentativa de descobrir a verdade sobre os misteriosos Amyr, os Chandrian e a morte da sua família. Ao longo do caminho Kvothe é levado a julgamento pelos lendários mercenários Adem, é forçado a defender a honra dos Edema Ruh e viaja até ao reino de Fae. Lá encontra Felurian, a mulher fae a que nenhum homem consegue resistir, e a quem nenhum homem sobreviveu… até aparecer Kvothe.
Em O Medo do Homem Sábio, Kvothe dá os primeiros passos no caminho do herói e aprende o quão difícil a vida pode ser quando um homem se torna uma lenda viva.

Caso não tenham lido a crítica do primeiro livro, podem ler aqui

Crítica: Aviso que este livro foi publicado em Portugal em duas partes, e esta crítica será dos dois volumes.
No Nome do Vento toda a ação parece ser lenta, dando especial foco aos personagens e ao mundo criado por Patrick Rothfuss. No entanto, no segundo volume da coleção, o autor assume um ritmo mais rápido, creio que isto se deva que as personagens já foram construídas e já temos noção daquilo que leva Kvothe a tomar determinadas decisões.
Durante os primeiros capítulos do livro, Kvothe é forçado a deixar a Universidade levando-o a explorar terras desconhecidas e a embarcar em novas aventuras. E é aqui que o livro e o enredo se tornam muito interessantes.
Em Vintas, Kvothe precisa de se acomodar a uma nova realidade, levando-nos a aprender mais acerca do mundo em que ele está imerso. Esta parte do livro cai na rotina do primeiro livro em que existe um rival arcanista que permite que Kvothe seja o salvador e caia nas boas graças de alguém rico, que possivelmente irá auxiliá-lo a ultrapassar as dificuldades financeiras.
Uma parte que não faz sentido, para mim, é que após Kvothe ajudar o Maer a conquistar a mulher que ele desejava, este decide que Kvothe é a pessoa ideal para descobrir um bando de ladrões que está a assaltar os cobradores de impostos na estrada do Rei. As justificações dadas pelo autor para um governante achar que um músico é a pessoa ideal para encontrar ladrões não funciona para mim, porque mesmo que este se pudesse sentir ameaçado pela capacidade de Kvothe em conquistar a sua amada, havia outras alternativas que o afastavam de cena sem ser algo em que, para todos os efeitos, Kvothe não era o homem indicado.
O livro está, mais uma vez, muito bem escrito, com descrições pormenorizadas tanto de povos como de paisagens, levando-nos a um mundo rico em detalhe. Começamos a ter uma noção muito melhor daquilo que os Chandrian são e querem, assim como é que alguém poderá contactar os Amyr.
O mundo Fae é-nos descrito pela primeira vez, mostrando-nos que existe muito mais do que aquilo que nos é revelado.
Kvothe, por seu lado, mostra-nos um lado mais negro da sua personalidade quando está na floresta e quando volta a Vintas, mas mesmo assim mostra-se demasiado...fantasiado. Sinceramente, o personagem é praticamente bom em tudo o que faz, quase nunca revela falhas, e quando as tem acabam por jogar em favor dele. É um tipo de personagem que acho difícil de  relacionar.
Agradou-me muito a cultura Ademre e como a sociedade deles funcionava, numa espécie de matriarquia.
Finalmente, o livro deixa-nos cheios de pistas sobre aquilo que se segue, desde os laços familiares de Kvothe, a luta com os Chandrian e como é que Kvothe poderá contactar os Amyr. Deixa-nos com um sentimento de "fome" pelo próximo livro. Existe ainda muita coisa por revelar e parece que vamos ter de esperar muito pelo próximo livro.

Se ainda não leram a saga do Regicida, eu aconselho a esperar pelo fim da trilogia para começarem. Os livros foram feitos para se lerem um a seguir ao outro.

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