sábado, 23 de junho de 2018

Imperador dos Espinhos

Titulo Original:Emperor of Thorns
Autor:Mark Lawrence
Editora: Topseller
Sinopse:Um rei em busca da vingança
Com apenas vinte anos de idade, o príncipe tornou-se o Rei Jorg Ancrath, rei de sete nações, conhecido em todo o Império. Mas os planos de vingança que tem para o seu pai ainda não estão completos. Jorg tem de conseguir o impossível: tornar-se imperador.

Um império sem imperador há cem anos
Esta é uma batalha desconhecida para o jovem rei, habituado a conquistar tudo pela espada. De quatro em quatro anos, os governantes dos cem reinos fragmentados do Império Arruinado reúnem-se na capital, Vyene, para o Congresso, um período de tréguas durante o qual elegem um novo imperador. Mas há cem anos, desde a morte do último regente, que nenhum candidato consegue assegurar a maioria necessária.

Um adversário temível e desconhecido
Pelo caminho, o Rei Jorg vai enfrentar um adversário diferente de todos os outros, um necromante como o Império nunca viu, uma figura ainda mais odiada e temida do que ele: o Rei dos Mortos.

Crítica: A trilogia de Mark Lawrence que começou com o Principe dos Espinhos é uma série díficil de começar. Na realidade sempre que tentei explicar o conceito destes livros a outras pessoas, a reacção que obtive foi sempre igual, "E porque é que lês um livro desse género?". Sinceramente, olhando para Jorg não parece existir nada digno dentro dele, no entanto, sabemos que isso não foi sempre assim, e que os eventos que o moldaram neste tipo de pessoa destruíriam maior parte das pessoas. No caso de Jorg, ele é consumido por vingança contra o mundo, mas principalmente contra o tio e o pai. A razão porque eu continuei a ler este livro mesmo com todo o homícidio, tortura e violação é bastante simples. Este é dos poucos autores de fantasia que nos consegue mostrar como a dor transforma as pessoas, e consegue escrever algo negro e real, prendendo-nos ás páginas do livro. Creio que quando se começa a ler a série nos apercebemos de algo muito claramente, ou estamos perante a história de alguém tão terrível e odiável que mesmo assim é alvo de salvação ou estamos perante a história de como alguém assim, mas com carisma, consegue convencer pessoas a acreditar nele e a segui-lo. Também existe outra hipótese em que estamos perante a história de alguém a ser consumido totalmente pela vingança e escuridão. E acabamos por descobrir que são todos estes elementos, de uma forma muito bem feita.

No que toca ao Emperador dos Espinhos, é  a conclusão perfeita da trilogia. Neste caso, temos um Jorg diferente que tínhamos no primeiro livro. Aqui ele é rei de vários reinos, tem uma mulher e um filho a caminho. Todo um conjunto de responsabilidades que ele não tinha até então. No entanto, a sede de vingança contra o pai ainda está presente. Portanto, somos colocados face a face com aquilo que parece ser a razão de ser da série. Será Jorg o novo imperador ou irá a sede de vingança destruir tudo o que construiu?

A nível de enredo a história volta a ter duas linhas temporais diferentes. A primeira será a actual em que Jorg se prepara para se tornar imperador. Neste caso, aquilo que acontece é que de 4 em 4 anos, os 100 (governantes de todo o império) reúnem-se para seleccionar quem será o imperador. Até agora ninguém conseguiu ser o imperador. Agora Jorg vê-se confrontado com ter que ser eleito e não poder tomar o poder pela força (algo que sempre advogou desde o ínicio).

Claro que temos de ter em mente que ninguém gosta de Jorg e alguns são aterrorizados por ele. O autor deixa-nos com isso fresco na memória pela inclusão da narração pela parte de Chella, em que nos é demonstrado em que mesmo a necromante tem medo de Jorg. No entanto, há alguém que mete mais medo a todos os envolvidos. O Rei dos Mortos. Uma personagem sobre a qual só tínhamos ouvido sussuros até agora.

Na outra linha temporal, continuamos no passado. Aqui Jorg é ajudado pelos construtores antigos, aprendendo a funcionar com alguns aparelhos e aprendendo acerca daquilo que eles fizeram. Esta é a forma como Mark apresenta o mundo que construiu ao leitor, dando-nos uma melhor perspectiva do que aquela que tínhamos até agora.

Como disse no ínicio, não consigo visualizar um final mais perfeito para esta trilogia que este livro.
 

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