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sábado, 7 de julho de 2018

Herói das Eras

Titulo Original:Hero of the Ages
Autor:Brandon Sanderson
Editora: Saída de Emergência
Sinopse:Para pôr fim ao Império Final e restaurar a harmonia e a liberdade, Vin matou o Senhor Soberano. Mas, infelizmente, isso não significou que o equilíbrio fosse restituído às terras de Luthadel. A sombra simplesmente tomou outras formas, e a Humanidade parece amaldiçoada para sempre.
O poder divino escondido no mítico Poço da Ascensão foi libertado após Elend e Vin terem sido ludibriados. As correntes que aprisionavam essa força destrutiva foram quebradas e as brumas, agora mais do que nunca, envolvem o mundo, assassinando pessoas na escuridão. Cinzas caem constantemente do céu e terramotos brutais abalam o mundo. O espírito maléfico libertado infiltra-se subtilmente no exército do Imperador Elend e os seus oponentes. Cabe à alomante Vin e a Elend descobrir uma forma de o destruir e assim salvar o mundo. Que escolhas irão ser ambos forçados a tomar para sobreviver?
Crítica: Neste livro somos confrontados com o fim do mundo, tanto de forma figurativa como literal. Depois dos eventos do segundo livro da trilogia, Elend, Vin e Sazed passam por uma mudança de personalidade. Além disso, o mundo deles está cada vez mais próximo do fim, em que apenas o herói das eras os poderá salvar.
A primeira vez que li este livro não consegui parar (aliás eu li a trilogia toda seguida como se precisasse disso para viver). A realidade é que Sanderson faz neste livro algo que fez no resto da série, vai aumentando de forma gradual o suspense de forma a não conseguirmos parar de ler até ao fim. É surreal!

Primeira coisa que nos salta à vista é Elend. Depois de ter ido ao Poço da Ascensão ele muda, muito para além de ser Mistborn. Agora temos um personagem mais maduro, capaz de tomar decisões dificeis. Deixou de ser o inocente sonhador e passou a ser o imperador que Luthadel precisa.

Vin tem uma mudança mais subtil, mas percebe-se que os eventos do segundo livro mostraram-lhe que ela é muito mais que uma assassina ou arma. Aliás ela revela-se fundamental como líder do grupo de Kelsier.

Sazed perdeu a sua fé, devido à morte de alguém muito querido, e vermos as mudanças na personalidade dele é de partir o coração. No entanto, parece que se tornou um personagem mais fácil de se sentir empatia por ele. Já era um favorito, mas aqui ele revela ser algo mais.

E claro que tenho de mencionar Spook. As mudanças nele são fenomenais, principalmente, se tivermos em conta que ele sempre foi um personagem secundário. No entanto, neste livro ele ganha uma relevância enorme, parecendo que Kelsier volta a viver em Spook.

Gostei imenso da abordagem aos kandra, e a forma como a sociedade deles funciona.

Mas o que realmente trabalha bem neste livro é a forma como a narrativa foi desenvolvida. Tem o número certo de descrição, acção e desenvolvimento pessoal. A nível emocional é o livro que mais puxa por nós. E, quando termina, queremos amaldiçoar o autor. É o fim certo para esta trilogia.

De referir que a Saída de Emergência fez o esquema de dividir o livro em dois, num livro cuja versão original tem 572 páginas....No entanto, o Poço da Ascenção que tem 590 páginas na versão original só tem um volume em português. Francamente, a única justificação válida que vejo é mesmo a nível financeiro para a editora conseguir ter um encaixe maior. Deplorável...

segunda-feira, 25 de junho de 2018

O Poço da Ascensão

Titulo Original:Well of Ascension
Autor:Brandon Sanderson
Editora: Saída de Emergência
Sinopse:Alcançaram o impossível: o mal que governara o mundo pela força do terror foi derrotado. Mas alguns dos heróis que lideraram esse triunfo não sobreviveram, e eis que surge uma nova tarefa de proporções igualmente gigantescas: reconstruir um novo mundo. Vin é agora a mais talentosa na arte e técnica da Alomância e decide reunir forças com os outros membros do bando de Kelsier para ascender das ruínas de um passado vil.
Venerada ou perseguida, Vin sente-se desconfortável com o peso que carrega sobre os ombros. A cidade de Luthadel não se governa sozinha, e Vin e os outros membros do bando de Kelsier aprendem estratégia e diplomacia política enquanto lidam com invasões iminentes à cidade.
Enquanto o cerco a Luthadel se torna cada vez mais apertado, uma lenda antiga parece oferecer um brilho de esperança: o Poço da Ascensão. Mas mesmo que exista, ninguém sabe onde se encontra nem o poder que contém… Resta a Vin e aos seus amigos agarrar esta fonte de esperança e conseguir garantir o seu futuro e futuro de Luthadel, cumprindo os seus sonhos e os sonhos de Kelsier.
 
Crítica: Adoro a escrita de Brandon Sanderson. É uma leitura fácil e descontraída, com personagens realistas e cheias de profundidade emocional,  e o enredo é sempre algo interessante, com um equilibrio entre o simples e o complicado que me mantém preso às páginas do livro desde o ínicio. Mas aquilo que me prende aos livros dele é sem dúvida os sistemas de magia que ele desenvolve. São completamente diferentes de livro para livro, no entanto, são fascinantes. Principalmente, quando usados por personagens diferentes, em que conseguimos ver as nuances de utilização de cada um deles.

O sistema de magia usado nesta trilogia é a Alomancia, em que consiste engolir pedaços de metal e "queimá-los" para obterem poderes fascinantes. As personagens podem ter a capacidade de queimar apenas um metal, ou queimar todos, sendo chamados de Nascidos das Brumas ou Mistborn(eu teria mantido o nome original). 

No final do primeiro livro, houve a queda do império que era governado por alguém que todos consideravam ser um Deus. Agora Elend e Vin têm a missão de manter a cidade a salvo de todos os que a ameaçam. A premissa é simples, mas foca-se num ponto extremamente importante, a nível político. O que acontece quando se derruba um sistema governamental? A resposta que nos é dada aqui é caos. A partir do momento em que deixaram de ser governados por "Deus", todos os nobres que conseguiram reunir poder tentaram autoentitular-se de reis, dando inicio a uma guerra civil.

Elend aqui revela-se como um pobre governante, que não consegue colocar em marcha a sua visão para a sua república, ficando ao cargo de Vin e dos outros de tentar proteger a cidade dos exércitos que se aproximam. O facto de Elend ser este tipo de personagem não é de surpreender, visto que ele era um sonhador e jovem rebelde, mas que nunca teve responsabilidade nas mãos. Assim que o império cai, ele fica o chefe da cidade, e isto torna-se complicado.
Vin neste livro volta a tomar um papel de espia/assassina para proteger os seus amigos, sendo a protagonista a nível de acção. A personagem parece ser mais poderosa que qualquer um dos outros Mistborns, apesar de se ter apercebido relativamente tarde dos seus poderes. A explicação é que ela tem talento inato e que adora usar os seus poderes.

Aquilo que mais me agradou neste livro é toda a tensão política em volta dos nossos personagens. Consegue-se perceber que eles não tinham um plano no caso de serem bem-sucedidos. O foco dado à religião em todos os livros também é algo fascinante, visto que o autor demonstra um ponto que se se retirar a religião à população, retira-se algo essencial na sua motivação.

Não conheço ninguém que não tenha gostado de Mistborn, e como tal é o livro que recomendo a todos os que querem ler um livro de fantasia pela primeira vez.

segunda-feira, 12 de março de 2018

Saga Mistborn - Nascido das Brumas "O Império Final"

Titulo original: Mistborn : The Final Empire
Autor: Brandon Sanderson
Editora:Saída de Emergência, junho de 2014
Sinopse: Num mundo onde as cinzas caem do céu e as brumas dominam a noite, o povo dos Skaa vive escravizado e na absoluta miséria. Durante mais de mil anos, o Senhor Soberano governou com um poder divino inquestionável e pela força do terror. Mas quando a esperança parecia perdida, um sobrevivente de nome Kelsier escapa do mais terrível cativeiro graças à estranha magia dos metais - a Alomancia - que o transforma num "nascido nas brumas", alguém capaz de invocar o poder de todos os metais. Kelsier foi outrora um famoso ladrão e um líder carismático no submundo. A experiência agonizante que atravessou tornou-o obcecado em derrubar o Senhor Soberano com um plano audacioso. Após reunir um grupo de elite, é então que descobre Vin, uma órfã skaa com talento para a magia dos metais e que vive nas ruas. Perante os incríveis poderes latentes de Vin, Kelsier começa a acreditar que talvez consiga cumprir os seus sonhos de transformar para sempre o Império Final…

Crítica: O Brandon Sanderson é sem dúvida um dos melhores escritores de fantasia que tive o prazer de ler. A sua capacidade de fazer um enredo forte com reviravoltas inesperadas e guiar o leitor num caminho que este pensa que é familiar, para ser surpreendido é algo de magnifico que muitos aspiram e poucos conseguem fazer.

 Relativamente ao livro, tenho de abordar o mundo construido antes de qualquer outra coisa. Este mundo é um mundo escuro e sombrio, em que as cinzas cobrem o céu, fazendo com que não exista nada de verde e ou colorido. Durante a noite, as névoas saem e tornam a noite ainda mais aterradora para a grande maioria das pessoas. A sociedade deste mundo é praticamente igual, sendo que a grande maioria faz parte duma "raça" chamada Skaa subjugada pela nobreza. Tanto nobres como skaas são policiados por uma fação religiosa criada pelo Senhor Soberano, com os seus vis Inquisidores. Alguns membros destas fações têm acesso a Alomancia, um poder que permite, aquando a ingestão de metais ter habilidades extraordinárias.

A narrativa do livro é feita de forma a manter-nos colados as suas páginas, havendo momentos em que a ação abranda, mas nunca se torna desinteressante. Gosto muito do facto dos personagens deste livro serem completamente diferentes uns dos outros, cada um servindo o seu propósito. Os personagens principais têm personalidades fortes, complexas e cheias de profundidade, fazendo com que nos agarremos a eles desde o principio do livro.

Os temas que são abordados nos livros têm paralelismos claros entre o mundo real e o mundo de Mistborn, em que nos podemos ver ser postas em contraste as ideologias de  vários lados, desde variedade religiosa (ou falta dela) até diferenças sociais.

Recomendação:Sem dúvida, uma muito boa opção para quem se quer iniciar no mundo da fantasia. Quem está habituado a ler fantasia, este é um livro que é requerimento de qualquer leitor do fantástico.