Mostrar mensagens com a etiqueta Topseller. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Topseller. Mostrar todas as mensagens

quinta-feira, 5 de julho de 2018

Príncipe das Trevas

Titulo Original:Prince of Fools
Autor:Mark Lawrence
Editora: Topseller
Sinopse: Do norte, chegam rumores.
Os mortos caminham novamente entre nós.
Será verdade?

A Rainha Vermelha está velha. Ainda assim, controla todo o poder no seu vasto império.
Jalan Kendeth, o seu neto, não tem tais preocupações. A bebida, as mulheres e uma vida longe de todas as responsabilidades mantêm-no ocupado.

Por isso fica tão surpreso quando é chamado a ouvir estas histórias da boca de escravos e prisioneiros. Porque quereria a Rainha Vermelha envolvê-lo? Quando Snorri, um guerreiro nórdico, conta uma história de cadáveres devolvidos à vida e do Rei Morto, Jalan só pensa nas várias formas de o utilizar para ganhar dinheiro. São fantasias, o que conta. Mitos. Histórias de encantar.

E é por isso que Jalan fica tão frustrado quando a magia o liga a Snorri. Agora vai ter de ir ao norte desfazer o feitiço. O que será que os espera?

Crítica: O Mark Lawrence está na moda! A sério! A nível internacional os livros de fantasia dele são instant bestsellers. A razão é simples, na minha opinião. Ele cria livros muito bons, com personagens complexas e intriga excelente, e está consistentemente a publicar um livro por ano desde o lançamento do Principe dos Espinhos. Para quem leu a primeira trilogia sabe também que o universo que ele criou não é propriamente um mar de rosas e que os personagens principais dele tendem a ser algo... perigosos.
Neste livro, voltamos ao mundo original da trilogia dos espinhos. Temos novos personagens sendo que o principal é o Jalan Kendeth. Qual a melhor descrição de Jalan Kendeth?

"Sou um mentiroso, um trapaceiro e um cobarde, mas nunca, nunca deixarei de ser leal a um amigo. A não ser, claro, que essa lealdade exija honestidade, jogo limpo ou coragem."  - Retirado do primeiro parágrafo do livro.

Como se pode ver, Mark Lawrence voltou a criar um personagem que não segue as linhas comuns da fantasia. Somos confrontados com o ponto de vista de alguém medroso, mentiroso e um procrastinador de nível excepcional. O que é algo refrescante para alguém que lê fantasia e tem visto sempre o herói estereotipado.

Através de uma série de eventos Jal fica ligado a Snorri, um guerreiro nórdico que é um escravo gladiador. Isto cria uma dinâmica muito engraçada, porque Snorri tem todo um sentido de honra e compromisso que Jal não tem. E precisam, obrigatoriamente, um do outro até chegarem ao Norte!

Neste livro temos menções a Jorg e ao Rei Morto, sendo que ambos são uma ameaça ao plano da Rainha Vermelha, avó de Jalan. Mas aquilo que o livro tem de melhor é a dinâmica entre Snorri e Jal, dando um novo rumo cómico ao mundo negro do Império Quebrado.

A nível de leitor, sentimo-nos muito menos culpados por gostar de Jal do que de Jorg. Com Jal, temos a noção de que ele é mimado e cobarde, mas nunca tem prazer em matar pessoas. Ou seja, a nossa bussola moral não entra em choque com a narrativa do livro. A acção do livro também é mais acelerada e mais orientada para a intriga do que para o desenvolvimento do mundo e personagens.

Como livro é um ótimo livro de fantasia, desenhado para todos os gostos. Não tem o impacto que o Príncipe dos Espinhos teve, devido aos seus personagens e ao tipo de acção. Recomendo vivamente para se ler este Verão. É um livro divertido e cheio de acção, que não obriga a ter lido a trilogia dos Espinhos.

TOPSELLER continuem a fazer o excelente trabalho que têm feito com os livros de fantasia!


sábado, 23 de junho de 2018

Imperador dos Espinhos

Titulo Original:Emperor of Thorns
Autor:Mark Lawrence
Editora: Topseller
Sinopse:Um rei em busca da vingança
Com apenas vinte anos de idade, o príncipe tornou-se o Rei Jorg Ancrath, rei de sete nações, conhecido em todo o Império. Mas os planos de vingança que tem para o seu pai ainda não estão completos. Jorg tem de conseguir o impossível: tornar-se imperador.

Um império sem imperador há cem anos
Esta é uma batalha desconhecida para o jovem rei, habituado a conquistar tudo pela espada. De quatro em quatro anos, os governantes dos cem reinos fragmentados do Império Arruinado reúnem-se na capital, Vyene, para o Congresso, um período de tréguas durante o qual elegem um novo imperador. Mas há cem anos, desde a morte do último regente, que nenhum candidato consegue assegurar a maioria necessária.

Um adversário temível e desconhecido
Pelo caminho, o Rei Jorg vai enfrentar um adversário diferente de todos os outros, um necromante como o Império nunca viu, uma figura ainda mais odiada e temida do que ele: o Rei dos Mortos.

Crítica: A trilogia de Mark Lawrence que começou com o Principe dos Espinhos é uma série díficil de começar. Na realidade sempre que tentei explicar o conceito destes livros a outras pessoas, a reacção que obtive foi sempre igual, "E porque é que lês um livro desse género?". Sinceramente, olhando para Jorg não parece existir nada digno dentro dele, no entanto, sabemos que isso não foi sempre assim, e que os eventos que o moldaram neste tipo de pessoa destruíriam maior parte das pessoas. No caso de Jorg, ele é consumido por vingança contra o mundo, mas principalmente contra o tio e o pai. A razão porque eu continuei a ler este livro mesmo com todo o homícidio, tortura e violação é bastante simples. Este é dos poucos autores de fantasia que nos consegue mostrar como a dor transforma as pessoas, e consegue escrever algo negro e real, prendendo-nos ás páginas do livro. Creio que quando se começa a ler a série nos apercebemos de algo muito claramente, ou estamos perante a história de alguém tão terrível e odiável que mesmo assim é alvo de salvação ou estamos perante a história de como alguém assim, mas com carisma, consegue convencer pessoas a acreditar nele e a segui-lo. Também existe outra hipótese em que estamos perante a história de alguém a ser consumido totalmente pela vingança e escuridão. E acabamos por descobrir que são todos estes elementos, de uma forma muito bem feita.

No que toca ao Emperador dos Espinhos, é  a conclusão perfeita da trilogia. Neste caso, temos um Jorg diferente que tínhamos no primeiro livro. Aqui ele é rei de vários reinos, tem uma mulher e um filho a caminho. Todo um conjunto de responsabilidades que ele não tinha até então. No entanto, a sede de vingança contra o pai ainda está presente. Portanto, somos colocados face a face com aquilo que parece ser a razão de ser da série. Será Jorg o novo imperador ou irá a sede de vingança destruir tudo o que construiu?

A nível de enredo a história volta a ter duas linhas temporais diferentes. A primeira será a actual em que Jorg se prepara para se tornar imperador. Neste caso, aquilo que acontece é que de 4 em 4 anos, os 100 (governantes de todo o império) reúnem-se para seleccionar quem será o imperador. Até agora ninguém conseguiu ser o imperador. Agora Jorg vê-se confrontado com ter que ser eleito e não poder tomar o poder pela força (algo que sempre advogou desde o ínicio).

Claro que temos de ter em mente que ninguém gosta de Jorg e alguns são aterrorizados por ele. O autor deixa-nos com isso fresco na memória pela inclusão da narração pela parte de Chella, em que nos é demonstrado em que mesmo a necromante tem medo de Jorg. No entanto, há alguém que mete mais medo a todos os envolvidos. O Rei dos Mortos. Uma personagem sobre a qual só tínhamos ouvido sussuros até agora.

Na outra linha temporal, continuamos no passado. Aqui Jorg é ajudado pelos construtores antigos, aprendendo a funcionar com alguns aparelhos e aprendendo acerca daquilo que eles fizeram. Esta é a forma como Mark apresenta o mundo que construiu ao leitor, dando-nos uma melhor perspectiva do que aquela que tínhamos até agora.

Como disse no ínicio, não consigo visualizar um final mais perfeito para esta trilogia que este livro.
 

sexta-feira, 20 de abril de 2018

Conversa com Mark Lawrence e Renato Carreira - Parte 2

Hoje vamos estrear uma nova área do blog, que é a parte de entrevistas com autores, tradutores e editores. Tive a oportunidade de falar com a Topseller, que me permitiu entrar em contacto com Renato Carreira, tradutor de livros como o a Trilogia dos Espinhos, do Mark Lawrence, e com o próprio Mark Lawrence. Vamos ter a entrevista dividida em duas partes. A primeira com o autor e a segunda com o tradutor.


PP: O Renato começou a sua carreira como jornalista, e até já publicou alguns livros, como é que surgiu a opção de tradução?
RC: Apesar de ter tido formação em jornalismo, nunca trabalhei realmente como jornalista. A tradução surgiu numa altura em que andava um pouco desorientado em termos profissionais, como junção de duas coisas de que sempre gostei muito: línguas e construir histórias. Mesmo que, na tradução, não seja realmente construção e sim reconstrução. É suficientemente próximo.

PP: Quando não está em contexto laboral, qual é o género de livros que o atrai mais? Costuma ler mais autores nacionais ou estrangeiros?
RC: Costumo ler mais autores estrangeiros. Talvez porque a oferta é mais numerosa e mesmo que também existam alguns autores nacionais de que gosto muito. Não tenho um género que me atraia mais. É um clichê, mas gosto de ler "um pouco de tudo". 

PP: Conhecia o livro "Principe dos Espinhos" antes de ter feito a tradução?
RC:Não conhecia.

PP: A personagem de Jorg no primeiro livro, principalmente, faz escolhas moralmente questionáveis, e alguns leitores queixaram-se de que ver o mundo por o ponto de vista de alguém tão sádico como Jorg, foi algo perturbador. Tendo a responsabilidade de traduzir os actos de Jorg para português, sentiu-se afectado de alguma forma pela personagem?
RC: Não. E o Jorg nem é assim tão mau. Já traduzi livros em que tive de ver o mundo pelos olhos de pessoas muito piores. Assassinos em série, pedófilos. A ligeira tendência do Jorg para o genocídio torna-se "simpática" por comparação. E acho que a narrativa fica mais rica quando há personagens que não são apresentadas ao leitor como sendo "boas" ou "más", permitindo a liberdade para decidirmos por nós o que achamos que são.

PP: Os livros do Mark são característicos por terem várias passagens citáveis na versão original, que acabam por perder parte do significado quando são traduzidas. Houve alguma passagem que lhe tenha dado problemas? 
RC: Quando o texto original está escrito de modo competente por um autor talentoso (como é o caso), é relativamente fluido passá-lo para português. Exige sempre a capacidade de moldarmos a narrativa para que fique o mais fiel possível à intenção do autor e de tomar decisões nos casos em que não exista uma correspondência direta de termos ou expressões, mas esse desafio é a essência do trabalho de tradutor. A dificuldade real, para mim, está na tradução de textos em que o tal talento esteja menos presente.

PP: A TopSeller comprou os direitos para a trilogia seguinte do Mark Lawrence naquele universo, o Renato será o tradutor para essa nova trilogia? 
RC: Acho que posso dizer que sim. Estou a trabalhar nela agora mesmo.
PP: Por fim, qual foi o livro que traduziu que mais lhe deu prazer? 
RC: Já passei a centena de livros traduzidos e torna-se um pouco difícil responder, até porque acho que esqueci alguns. Mas lembro-me de ter sentido especial prazer nas poucas traduções que fiz de autores que já lia antes (como Terry Pratchett ou Douglas Adams). Na fantasia, descobri durante a tradução os livros do Joe Abercrombie, que recomendo sem esforço a qualquer pessoa que aprecie o género.


PP: Obrigado Renato pelo tempo e pelo trabalho que faz com as suas traduções. Acabo sempre por ler a versão original e a versão traduzida, e é sempre bom ver que as ambas são equiparáveis!

Por fim, obrigado à Topseller por permitir este contacto!
Aos nossos leitores, espero que tenham gostado desta nova área.

Conversa com Mark Lawrence e Renato Carreira - Parte 1

Hoje vamos estrear uma nova área do blog, que é a parte de entrevistas com autores, tradutores e editores. Tive a oportunidade de falar com a Topseller, que me permitiu entrar em contacto com Renato Carreira, tradutor de livros como o a Trilogia dos Espinhos, do Mark Lawrence, e com o próprio Mark Lawrence. Vamos ter a entrevista dividida em duas partes. A primeira com o autor e a segunda com o tradutor.

PP:O Mark era investigador científico antes de ser escritor. Como é que aconteceu a mudança?
ML: Toda a gente tem hobbies. Um dos meus era escrever, algo que comecei quando tinha 31 anos. Ser escritor é fácil... escreves. Ser um autor, acabou por também ser fácil, mas tive muita sorte. Enviei um dos livros que tinha escrito a um número reduzido de agentes literários. Um deles aceitou representar-me, e pouco depois uma editora assinou comigo.

PP: Durante quanto tempo esteve o Principe dos Espinhos a cozinhar, antes de o escrever e publicar?
ML: Não cozinhou, comecei a escrever, de imediato. Demorei dois anos para escrever 90%, durante os fins-de-semana,e outro ano para o acabar. Depois, durante três anos não fiz nada com ele. Assim que o enviei aos agentes, demorou três meses para ser representado e cerca de mais três meses para ser editado. Não costuma ser tão fácil ou rápido.

PP: Depois do sucesso das suas duas primeiras trilogias, Trilogia dos Espinhos e A Guerra da Rainha Vermelha, decidiu fazer algo que muito poucos autores do género fazem e mudou de universo. O que levou a essa mudança?
ML: Aborreço-me facilmente. Gosto de mudança.

PP: Finalmente, quem são as suas maiores influências e se tiver que escolher o seu top 3 de autores de fantasia quem seriam?
ML: Não sou bom a identificar as minhas influências. Costumo apontar a autores que li cedo ou que gosto muito, mas não estou realmente consciente de alguma influencia. Possivelmente uma lista responderá  a ambas as questões. Apesar de autor "favorito" não ser uma reposta que consigo responder bem, também. Gosto de variedade e dizer que algo bom é melhor que outra é artificial quando ambas são muito boas.
JRR Tolkien
GRR Martin 
e...
tenho alguma dificulade em escolher um terceiro. Digamos Stephen King.

PP: Obrigado pelo tempo disponibilizado Mark!





Rei dos Espinhos

Titulo original: King of Thorns
Editora:TopSeller

Autor:Mark Lawrence
Sinopse:O Príncipe Jorg Ancrath jurou vingar a morte da mãe e do irmão, brutalmente assassinados quando ele tinha apenas 9 anos. Jorg cresce na ânsia de saciar o seu desejo de vingança e de poder, e, ao m de quatro anos, cumpre a promessa que fez — mata o assassino, o Conde de Renar, e toma-lhe o trono. Aos 18 anos, Jorg luta agora por manter o seu reino, e prepara-se para enfrentar o inimigo poderoso que avança em direção ao seu castelo.
Jorg sempre conquistou os seus objetivos matando, mutilando e destruindo sem hesitar, e agora não pretende vencer a batalha de forma justa, mas sim recorrendo aos mais terríveis segredos.

Será que o anti-herói mais maquiavélico de sempre vai conseguir reunir os recursos e as forças necessárias para enfrentar uma batalha que parece invencível?


Crítica: Ler os livros do Mark Lawrence é ver o mundo pelos olhos de pessoas muito diferentes daquilo que somos, e isto faz com que consigamos ter uma visão mais abrangente do mundo, na minha opinião. Relativamente ao segundo livro da trilogia, posso dizer que, na minha opinião, é o que menos me atrai. Não porque está mal escrito ou que as personagens tenham perdido o interesse, mas porque neste livro a ação é mais calma, no entanto, continua sangrenta.
O Jorg continua a ser o personagem central do livro, tendo conseguido a vingança daquilo que queria no primeiro livro. Agora, ele tem de manter o reino contra novos inimigos, quando tem um exército mais pequeno e o inimigo é adorado por todos, sendo o mais próximo de chegar a Imperador.
O livro divide-se em duas partes, presente e passado, em que vemos duas partes de Jorg diferentes. O Jorg do passado continua sedento de sangue, e parte, em procura de respostas, enquanto que, o do presente perdeu a memória do passado e, tem de lutar pela sua vida e dos seus súbditos. A sede do Jorg do presente é de poder.
Mark Lawrence consegue mostrar-nos o mundo que criou de outras formas, durante as viagens no passado. Os horrores que Jorg comete continuam a chocar, no entanto, percebe-se que as mãos que eram invisíveis no primeiro livro, começam a ser mais percetíveis. Isto dá novas dimensões à historia e deixa-nos agarrados ao livro com a expectativa daquilo que irá acontecer.
Neste volume também existe um aprofundamento maior das personagens de suporte, desde Malkin a Katherine, o que nos permite perceber melhor as suas falhas e aquilo que as dirige com ou contra Jorg.

Não posso dizer muito mais sobre este livro sem ter que me debruçar naquilo que acontece, e isso tira a magia de ler este livro. O que posso dizer é que as manipulações e traições que ocorrem neste livro são um fenómeno!

Espero que gostem!