Titulo original: The Wise Man's Fear
Autor: Patrick Rothfuss
Editora: 1001 Mundos
Sinopse:Agora em O Medo do Homem Sábio, Dia Dois das Crónicas do Regicida,
uma rivalidade crescente com um membro da nobreza força Kvothe a deixar
a Universidade e a procurar a fortuna longe. À deriva, sem um tostão e
sozinho, viaja para Vintas, onde, rapidamente, se vê enredado nas
intrigas políticas da corte. Enquanto tenta cair nas boas graças de um
poderoso Nobre, Kvothe descobre uma tentativa de assassínio, entra em
confronto com um Arcanista rival e lidera um grupo de mercenários, nas
terras selvagens, para tentar descobrir quem ou o quê está a eliminar os
viajantes na estrada do Rei.
Ao mesmo tempo, Kvothe procura
respostas, na tentativa de descobrir a verdade sobre os misteriosos
Amyr, os Chandrian e a morte da sua família. Ao longo do caminho Kvothe é
levado a julgamento pelos lendários mercenários Adem, é forçado a
defender a honra dos Edema Ruh e viaja até ao reino de Fae. Lá encontra
Felurian, a mulher fae a que nenhum homem consegue resistir, e a quem
nenhum homem sobreviveu… até aparecer Kvothe.
Em O Medo do Homem Sábio,
Kvothe dá os primeiros passos no caminho do herói e aprende o quão
difícil a vida pode ser quando um homem se torna uma lenda viva.
Caso não tenham lido a crítica do primeiro livro, podem ler aqui
Crítica: Aviso que este livro foi publicado em Portugal em duas partes, e esta crítica será dos dois volumes.
No Nome do Vento toda a ação parece ser lenta, dando especial foco aos personagens e ao mundo criado por Patrick Rothfuss. No entanto, no segundo volume da coleção, o autor assume um ritmo mais rápido, creio que isto se deva que as personagens já foram construídas e já temos noção daquilo que leva Kvothe a tomar determinadas decisões.
Durante os primeiros capítulos do livro, Kvothe é forçado a deixar a Universidade levando-o a explorar terras desconhecidas e a embarcar em novas aventuras. E é aqui que o livro e o enredo se tornam muito interessantes.
Em Vintas, Kvothe precisa de se acomodar a uma nova realidade, levando-nos a aprender mais acerca do mundo em que ele está imerso. Esta parte do livro cai na rotina do primeiro livro em que existe um rival arcanista que permite que Kvothe seja o salvador e caia nas boas graças de alguém rico, que possivelmente irá auxiliá-lo a ultrapassar as dificuldades financeiras.
Uma parte que não faz sentido, para mim, é que após Kvothe ajudar o Maer a conquistar a mulher que ele desejava, este decide que Kvothe é a pessoa ideal para descobrir um bando de ladrões que está a assaltar os cobradores de impostos na estrada do Rei. As justificações dadas pelo autor para um governante achar que um músico é a pessoa ideal para encontrar ladrões não funciona para mim, porque mesmo que este se pudesse sentir ameaçado pela capacidade de Kvothe em conquistar a sua amada, havia outras alternativas que o afastavam de cena sem ser algo em que, para todos os efeitos, Kvothe não era o homem indicado.
O livro está, mais uma vez, muito bem escrito, com descrições pormenorizadas tanto de povos como de paisagens, levando-nos a um mundo rico em detalhe. Começamos a ter uma noção muito melhor daquilo que os Chandrian são e querem, assim como é que alguém poderá contactar os Amyr.
O mundo Fae é-nos descrito pela primeira vez, mostrando-nos que existe muito mais do que aquilo que nos é revelado.
Kvothe, por seu lado, mostra-nos um lado mais negro da sua personalidade quando está na floresta e quando volta a Vintas, mas mesmo assim mostra-se demasiado...fantasiado. Sinceramente, o personagem é praticamente bom em tudo o que faz, quase nunca revela falhas, e quando as tem acabam por jogar em favor dele. É um tipo de personagem que acho difícil de relacionar.
Agradou-me muito a cultura Ademre e como a sociedade deles funcionava, numa espécie de matriarquia.
Finalmente, o livro deixa-nos cheios de pistas sobre aquilo que se segue, desde os laços familiares de Kvothe, a luta com os Chandrian e como é que Kvothe poderá contactar os Amyr. Deixa-nos com um sentimento de "fome" pelo próximo livro. Existe ainda muita coisa por revelar e parece que vamos ter de esperar muito pelo próximo livro.
Se ainda não leram a saga do Regicida, eu aconselho a esperar pelo fim da trilogia para começarem. Os livros foram feitos para se lerem um a seguir ao outro.
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sexta-feira, 13 de abril de 2018
quarta-feira, 28 de março de 2018
Nome do Vento
Titulo original: Name of the Wind
Autor: Patrick Rothfuss
Editora: Gailivro / 1001 Mundos (2009)
Sinopse:Da infância como membro de uma família unida de nómadas Edema Ruh até à provação dos primeiros dias como aluno de magia numa universidade prestigiada, o humilde estalajadeiro Kvothe relata a história de como um rapaz desfavorecido pelo destino se torna um herói, um bardo, um mago e uma lenda. O primeiro romance de Rothfuss lança uma trilogia relatando não apenas a história da Humanidade, mas também a história de um mundo ameaçado por um mal cuja existência nega de forma desesperada. O autor explora o desenvolvimento de uma personalidade enquanto examina a relação entre a lenda e a sua verdade, a verdade que reside no coração das histórias. Contada de forma elegante e enriquecida com vislumbres de histórias futuras, esta "autobiografia" de um herói rica em detalhes é altamente recomendada para bibliotecas de qualquer tamanho.
Crítica: Existem livros que são fáceis de se gostar de ler, seja porque foram bem escritos, porque têm uma boa acção ou até porque conseguimos rever-nos nas personagens. Neste caso, o Nome do Vento é uma combinação destes 3 factores. Acho que é fácil de ler, ao mesmo tempo que nos deixa imersos no seu mundo. A história é contada de forma autobiográfica, por alguém que é famoso por contar histórias e cantar aventuras.
Kvothe é o personagem principal, apesar de nos ser introduzido como Kothe, um estalajadeiro. A vida desta personagem é a história principal, que terminará com a morte de um rei (Kingkiller chronicles). A forma como o autor constrói as personagens é rica em detalhes, os heróis são fáceis de se gostar e os vilões são fáceis de odiar. Não quero dizer com isto que as personagens não são bem descritas, muito pelo contrário, são cheios de personalidade e com características específicas para cada um.
O universo desta triologia é-nos dado a conhecer de forma simples, o que é considerado uma vantagem, visto que na grande maioria das obras de fantasia, somos atirados para um mundo em que existem poucas explicações acerca de como funcionam a magia, o poder político e o próprio universo. Neste caso, o autor deixa-nos confortável em que apreendemos, facilmente, o que se passa em volta do personagem e como cada sistema de magia funciona, como está o poder dividido, etc..
Muito francamente acho que pode ser comparado à saga de Harry Potter, mas de uma forma mais adulta. O personagem principal perde os pais num ataque que é feito porque o vilão se sente ameaçado, após a morte dos pais, o personagem vive em pobreza e só através de um chamamento para uma escola de magia, é que ele consegue ser retirado de uma situação horrível e aprender a viver para todo o seu potencial. Os vilões são divididos em duas categorias, os do dia-a-dia, neste caso na escola e os do grande plano da história, ou seja quem matou os pais do personagem principal, que ficam como papel de fundo na grande maioria do livro.
Aquilo que me fez adorar o livro é o facto de que está mesmo muito bem escrito. A acção está no ritmo certo, o enredo é cheio de reviravoltas, as histórias de amor são épicas e o sistema de magia é envolvente e fácil de se perceber. Gostei muito da presença de música neste livro, e aquilo que ela representa na vida de Kvothe e gosto da forma como ele é um herói, sem dúvidas nem perde o rumo face ao seu objectivo final. O dinheiro assume uma importância gigantesca neste história, em que estamos sempre conscientes quanto dinheiro está com o personagem principal, sempre. Acho que é mais facil saber quanto dinheiro Kvothe tem do que quanto dinheiro temos nós na nossa carteira neste preciso momento.
Mas existem coisas que fazem com que este livro não me encante. Não existe ambivalência nas personagens, isto é, os personagens são bons ou maus, não existe, propriamente, meio-termo, o que demonstra o quão irreais estas personagens são. Não existe conflitos morais na personagem porque se ele é parte dos heróis, vai sempre fazer a coisa certa, mesmo quando significa sacrificar-se e o vilão vai sempre fazer a coisa errada para poder obter poder ou por outro motivo egoísta. Isto pode dever-se ao facto de quem está a contar a história ser a personagem principal e, como tal, tentar mostrar que ele e os amigos são moralmente irrepreensíveis.
Recomendo este livro a quem esteja em busca de um épico para ler, algo que depois de se ler te deixa sentir bem. Acho que é um livro muito bom e muito bem escrito e que a grande maioria das pessoas irá adorar.
Autor: Patrick Rothfuss
Editora: Gailivro / 1001 Mundos (2009)
Sinopse:Da infância como membro de uma família unida de nómadas Edema Ruh até à provação dos primeiros dias como aluno de magia numa universidade prestigiada, o humilde estalajadeiro Kvothe relata a história de como um rapaz desfavorecido pelo destino se torna um herói, um bardo, um mago e uma lenda. O primeiro romance de Rothfuss lança uma trilogia relatando não apenas a história da Humanidade, mas também a história de um mundo ameaçado por um mal cuja existência nega de forma desesperada. O autor explora o desenvolvimento de uma personalidade enquanto examina a relação entre a lenda e a sua verdade, a verdade que reside no coração das histórias. Contada de forma elegante e enriquecida com vislumbres de histórias futuras, esta "autobiografia" de um herói rica em detalhes é altamente recomendada para bibliotecas de qualquer tamanho.
Crítica: Existem livros que são fáceis de se gostar de ler, seja porque foram bem escritos, porque têm uma boa acção ou até porque conseguimos rever-nos nas personagens. Neste caso, o Nome do Vento é uma combinação destes 3 factores. Acho que é fácil de ler, ao mesmo tempo que nos deixa imersos no seu mundo. A história é contada de forma autobiográfica, por alguém que é famoso por contar histórias e cantar aventuras.
Kvothe é o personagem principal, apesar de nos ser introduzido como Kothe, um estalajadeiro. A vida desta personagem é a história principal, que terminará com a morte de um rei (Kingkiller chronicles). A forma como o autor constrói as personagens é rica em detalhes, os heróis são fáceis de se gostar e os vilões são fáceis de odiar. Não quero dizer com isto que as personagens não são bem descritas, muito pelo contrário, são cheios de personalidade e com características específicas para cada um.
O universo desta triologia é-nos dado a conhecer de forma simples, o que é considerado uma vantagem, visto que na grande maioria das obras de fantasia, somos atirados para um mundo em que existem poucas explicações acerca de como funcionam a magia, o poder político e o próprio universo. Neste caso, o autor deixa-nos confortável em que apreendemos, facilmente, o que se passa em volta do personagem e como cada sistema de magia funciona, como está o poder dividido, etc..
Muito francamente acho que pode ser comparado à saga de Harry Potter, mas de uma forma mais adulta. O personagem principal perde os pais num ataque que é feito porque o vilão se sente ameaçado, após a morte dos pais, o personagem vive em pobreza e só através de um chamamento para uma escola de magia, é que ele consegue ser retirado de uma situação horrível e aprender a viver para todo o seu potencial. Os vilões são divididos em duas categorias, os do dia-a-dia, neste caso na escola e os do grande plano da história, ou seja quem matou os pais do personagem principal, que ficam como papel de fundo na grande maioria do livro.
Aquilo que me fez adorar o livro é o facto de que está mesmo muito bem escrito. A acção está no ritmo certo, o enredo é cheio de reviravoltas, as histórias de amor são épicas e o sistema de magia é envolvente e fácil de se perceber. Gostei muito da presença de música neste livro, e aquilo que ela representa na vida de Kvothe e gosto da forma como ele é um herói, sem dúvidas nem perde o rumo face ao seu objectivo final. O dinheiro assume uma importância gigantesca neste história, em que estamos sempre conscientes quanto dinheiro está com o personagem principal, sempre. Acho que é mais facil saber quanto dinheiro Kvothe tem do que quanto dinheiro temos nós na nossa carteira neste preciso momento.
Mas existem coisas que fazem com que este livro não me encante. Não existe ambivalência nas personagens, isto é, os personagens são bons ou maus, não existe, propriamente, meio-termo, o que demonstra o quão irreais estas personagens são. Não existe conflitos morais na personagem porque se ele é parte dos heróis, vai sempre fazer a coisa certa, mesmo quando significa sacrificar-se e o vilão vai sempre fazer a coisa errada para poder obter poder ou por outro motivo egoísta. Isto pode dever-se ao facto de quem está a contar a história ser a personagem principal e, como tal, tentar mostrar que ele e os amigos são moralmente irrepreensíveis.
Recomendo este livro a quem esteja em busca de um épico para ler, algo que depois de se ler te deixa sentir bem. Acho que é um livro muito bom e muito bem escrito e que a grande maioria das pessoas irá adorar.
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